quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Estou esquentando o corpo para iniciar, esfregando as mãos uma na outra pra ter coragem. (Clarice Lispector)

É muito difícil dizer adeus a alguém, porque adeus significa um por enquanto não.
Poderia ser um nunca mais também, no entanto, a palavra nunca mais me deixa um pouco descompassada, porque o nunca mais pra mim é algo tão irreversível.
O por enquanto, pode ser um nunca mais também, mas é mais disfarçado, temos a sensação de que naquele momento não, mas o depois é de Deus.
Então mesmo sendo um por enquanto também é difícil, pois na verdade a gente nunca quer que algo vá embora de nossas vidas ou termine, porque criamos apego, expectativas, e essas acabam por se frustrar.
Mas se tratando de amor, de relacionamento, acho que fica ainda mais difícil, pra mim essa é a pior parte do amor, quando sabemos que ele tem que morrer, porque não existe mais sustentabilidade, o alicerce que fazia com que ele ainda permanecesse como está partiu ao meio, e não tem cola que de jeito.
Minha sábia amiga disse: "-Você sabe o que tem que fazer ?"
E isso na minha cabeça soou como um eco, e ta martelando, porque uma simples frase dela, mudou tudo.
Existe um caminho que existe no meio do fato e o desejo.
O fato é que não posso mais adiar o fim, porque o final já existe, está presente em todos os dias, mas o desejo de que não ocorra também me faz perder o sono, mas todos temos um limite, e uma hora ele fica em evidencia, em neon rosa choque, e devemos parar.
E eu realmente sei o que eu devo fazer, mas estou criando coragem, sou meio covarde de vez em quando (ou de vez em muito, não sei bem ao certo), e por mais que não pareça, desistir de tudo, seria o meu maior gesto de coragem.

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