domingo, 20 de setembro de 2009

Vamos falar de preconceitos...

Pois é, eu Suellen, que não tenho preconceitos, me deparei comigo mesma tendo uma atitude preconceituosa, ééé... acreditem, eu que sou contra discriminação racial, eu que defendo os homossexuais, bissexuais, transsexuais, e qualquer coisa do gênero, faço trabalho social, luto contra o desmatamento, e a fome, defendo a vida, sou totalmente contra o aborto, tenho o sonho de adotar uma criança, e ter uma quintal grande pra pegar todos os bichinhos de rua e cuidar pra mim...
Eu que nunca havia pensado o que eu faria se descobrisse que um amigo tem soro HIV POSITIVO, aids... isso realmente nunca passou pela minha cabeça, porque talvez fosse uma realidade distante, até o dia em que eu descobri, que essa realidade estava mais próximo de mim possível...
Me vi olhando essa pessoa de maneira preconceituosa e tendo medo de me aproximar, me vi ignorante pensando que se eu tocasse nessa pessoa, teria aids também, se eu comesse na mesma colher, bebesse no mesmo copo e fumasse o mesmo cigarro... Fiquei assustada, e fui fazer o exame...
Busquei na internet informações e... pensei, o que eu estou fazendo, aids não se pega assim, ninguém pega aids por dar um beijo no rosto, ou até mesmo na boca, abraçar, beber no mesmo copo... Lógico que temos que tomar cuidado com feridas, sangramentos, e sexo sem camisinha... mas do mais, essas pessoas são pessoas normais, como a gente, tem uma vida normal, e não devem ser tratadas como uma ameaça a sociedade, tendo que entrar em extinção, NÃO... !!!
Peguei meu exame e confirmei o que eu já imaginava, NÃO eu NÃO estava contaminada, não me contaminei, com os diversos contatos que tive com ele de aperto de mão, de abraços e bebidas no mesmo copo...
E cheguei a conclusão que eu estava sendo estúpida e tendo uma atitude preconceituosa, mas também pensei que sou humana e todo mundo erra e tem preconceito com alguma coisa, e eu tive o meu momento, mas eu busquei informaçães, e quis saber mais sobre a doença, a contaminação e vi que não tem essa, só temos nossos preconceitos de algo que não conhecemos, e agora eu conheço, e não tenho medo dele, ele não é um bicho, e eu também não o isolei, ele continua sendo meu amigo, frequentando a minha casa e bebendo no mesmo copo que eu.
A amizade, e o carinho que eu tenho por ele, não modificou, mas fiquei curiosa, e ele como uma grande pessoa, não teve medo, ele reuniu todos os nossos amigos e contou, e disse como foi que contraiu a doença. Então ele está aqui na minha casa exatamente agora, sentado na minha cadeira e eu pedi para que ele viesse aqui e contasse como foi que aconteceu, então agora eu me retiro para que ele possa vir aqui e alertar a todos que as pessoas hoje em dia continuam SIM, contraindo a doença onde menos se espera, não é só o câncer que é a doença do século, a aids ainda continua sendo, e continua não tendo cura...

"Eu conheci uma menina no carnaval de 2005 e a levei para minha casa, chegando lá no maior amasso cheguei a conclusão que não tínhamos camisinha, mas como ela era linda, eu não tive medo e fui, depois de 1 mês mais ou menos, eu começei a sentir uma forte dor de estomago e pensei ser uma gastrite, foi ai que fiz o exame e o médico me disse q eu havia sido contaminado pelo virus da aids, não acreditei, e pensei em quantas transas irresponsaveis eu havia tido, e me lembrei que só uma vez na minha vida, com essa menina, na hora eu pirei, tive medo de mim, eu me via como um monstro que poderia matar as pessoas que eu mais amava, eu não era mais um homem normal, eu não ia viver muito, eu não ia trabalhar, ser bem sucedido, casar e ter filhos, eu estava condenado a morrer, daqui a 1 ano ou 5, e a tomar remedios a minha vida inteira, que os resultados eram crueis, enjoou, tonteira, um mal-estar que eu não desejo a ninguém...
Por diversas vezes fiquei internado e em 2007 eu quase morri, como minha imunidade é muito baixa, eu peguei um resfriado que para qualquer pessoa poderia ser uma gripe comum, mas que pra mim se transformou numa pneumonia, mas eu consegui me recuperar, mas depois veio a depressão eu me isolei, não saia de casa, não queria ter amigos, e nem aos meus pais eu queria ficar perto, tinha medo que eles morressem por minha causa...
Não tinha mais vontade de viver... Só que depois eu fui a palestras e fui entendendo que eu não sou um monstro, eu tive uma relação sexual de forma errada e to pagando por isso, mas eu tenho uma vida normal, e passaram-se 4 anos que eu peguei o virus, e estou vivo, me formo esse ano no curso de filosofia, tenho meus amigos, vou a festas, danceterias, e tenho uma namorada, transamos, sempre de camisinha e quando acontece de estourar, vamos a um posto que tem um remédio que se tomar em até 24 horas você não contrai o virús, ela toma os devidos cuidados 1 vez por ano faz o exame para ver se está tudo bem, e filhos nossos infelizmente não serão biológicos, mas pretendemos adotar uma criança, e eu sou feliz, e eu to vivo e tenho vontade de viver. Então acho que o único conselho que eu posso dar a todos, é que usem camisinha sempre, porque a aids não tem cara, você nunca sabe quando a pessoa está contaminada ou não, as vezes a própria pessoa não sabe, e a camisinha é importante sempre, não é só no carnaval, porque nessa época sempre tem comercial na tv dizendo pra usar camisinha, são todos os dias do ano, sexo é ótimo, mas com segurança fica melhor ainda.
Um abraço a todos..."

Um comentário:

wcastanheira disse...

Veja só, o q sobra pra nós simples mortais, ótima matéria, levou-me a pensar em mtas situações delicadas pelas quais passamos, parabéns, bjos, bjos, bjoss