quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Sorria!

Outro dia o pai me disse que você desabou a chorar feito menina moça que tá começando a saber do mundo lá fora. Eu quis entender o motivo de tal choro, se era dor de fora ou dor de dentro. Então ele me disse que era a junção das duas. Fora-dentro. Que você tinha caído num tombo feio e quebrado a perna e, outro te fez quebrar a cara. Dor de amor, essas coisas. Mas nada de grave. Pra isso existem remédios milagrosos. Foi pai quem disse. Então por que chorar?
Guarda tuas lágrimas pra mais tarde, motivos não vão faltas. E mais graves, como perda de pai e mãe. Ou alguém querido. Que essas dores não cicatrizam, nem tomando cachaça. Ou rezando muito. Guarda o fôlego, menina, você vai precisar. Enquanto isso vai cantando no chuveiro, olhando o céu bonito, rindo, rindo... Ria até do que parece sem graça, que depois você se acostuma e nunca mais vai parar de rir. O riso gruda na cara da gente e manda o nó na gargante pro lado de lá. Pula, grita, anda de roda-gigante, canta no meio da rua, pira na batatinha se for preciso.
Mas não dê espaço pra tristeza, não. Não deixe que nada te prenda o riso. Nem que adubem a tua mágoa. Sei que você carrega um fado na alma, mas é que as coisas se tornam mais leves se a gente cantar.
Se acalma e vem, confia em tua coragem mais uma vez, e outra, e outra e sempre!

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